PLEASURE OF MEETING FOR KNITTING
Sobre o prazer de me encontrar com outras pessoa para tricotar:
Comecei há uns tempos a ver na internet que havia muitas e muitas pessoas como eu, que gostam de fazer coisas á mão, divulgando o que fazem através de sites e blog, nem sempre com fins comerciais. Numa dessas incursões, conhecí o blog da Rosa, curiosamente através duma referência no blog australiano loobylu. Entrei logo em contacto com ela, maravilhada por haver uma portuguesa, na cidade onde vivo, com um trabalho com tanta qualidade, único, totalmente dentro do espírito do "feito á mão" e com uma vida criativa e feliz. Trocámos alguns mails entusiasmados e logo surgiu a ideia de nos encontrarmos com mais pessoas, para tricotar. A Rosa com a sua energia e generosidade habituais organizou o Lisboa Knitting Meetup e conhecemo-nos no primeiro encontro. Eramos três, a Rosa, a Sofia e eu.
É raro tricotar sózinha, costumo fazê-lo em casa com a minha filha ou com a minha mãe e faço-o com frequência com amigos, depois de jantar, no parque enquanto os cães brincam, na praia... Tricotar leva o seu tempo e não gosto de passar muito tempo isolada. Gosto de falar, de rir e de estar com pessoas e para mim o prazer e o sentido dos encontros é isso mesmo, passar umas horas uma vez por mês a fazer mais uma coisa que gosto, rodeada de pessoas que nem sempre se conhecem, que gostam de tricot e de saír. Cada uma terá a sua motivações (saír do isolamento? conhecer pessoas? aprender e partilhar coisas novas? terem visto na tv?). Seja ela qual for, o que mais me interessa é sentir nelas o entusiasmo e a energia possíveis para se encontrarem ao fim de um dia de trabalho. Neste país cinzento e amorfo, parece-me extraordinário e estimulante. Para mim o essencial dos encontros é estar a tricotar sentindo o ambiente que enche uma sala repleta de pessoas entusiasmadas e cheias de prazer.
E é por isso tudo que concordo com o que a Rosa escreve (e tão bem, como só ela sabe) sobre o encontro de ontem. Apesar de ser óptimo haver uma "enchente" e do sucesso ser uma coisa boa. Mas desde que isso nos permita continuar a tricotar enquanto falamos e rimos. Tenho o maior prazer em ensinar tudo o que sei e também adoro aprender mas acho que ninguém devia aparecer sem pelo menos levar agulhas e linha (é o mínimo!) e saber ou "arranhar" os pontos básicos (basta saber montar as malhas na agulha, o ponto de meia e o ponto de liga e já dá para fazer tudo, tudo, o resto são técnicas auxiliares). Só isso basta para se estar á vontade sem depender da boa vontade de ninguém.
E a ideia é tricotar num sítio público e comportamo-nos normalmente como quem está num café: ou seja, consumir, conversar e tricotar. Com muita gente é impossível, as pessoas tiveram que se espalhar pelo chão, e qualquer dia somos o terror de todos os cafés do Bairro Alto. E é pena.
Antes desta confusão, a Rosa e eu já tinhamos aceite o convite da sic e vamos estar no programa "Elas em Marte" no dia 1 de Fevereiro. Espero poder levar algumas peças que tenho estado a fazer e falar do meu trabalho. Com calma. Não estou habituada nem nunca procurei tanta exposição. Já me exponho o suficiente aqui no meu blog.
Gostei, no meio da confusão, de ver caras novas e as querida "habitués", a Ana, a Lénia, a Cláudia, a Anabela, a Rosa. Adorei rever a Dora (foi a única com quem consegui conversar um bocadinho enquanto treinávamos o tricot em circular com um jogo de 5 agulhas, foi um bom momento) e tive saudades da Bárbara, da Sofia, da Mariana...
E pronto, é só isso e é tão simples: o gozo é encontrarmo-nos para tricotar, mais nada. Tricotar é bom, mas tal como brincar, tem que se aprender, sobretudo quando não se brinca sózinho e se não soubermos as regras do jogo podemos magoar os outros meninos e meninas. A sério.
1 Comments:
Bom o encontro contigo ontem, Hilda,
como os teus pássaros.
E,
On pleasure:
Um cinto que não resiste a ser livre, a ser festa e a ser cor...
Um texto crescente, quente e calmo, como fio nas agulhas ( de madeira ), ou memória-tempo como um chá de conversa que haveremos de combinar.
pelasure reading pleasure...
um abraço bom, dora
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